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Concurso Público Nacional Unificado alcança mais de 100 mil inscrições em 24 horas. Edição amplia a inclusão

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Nova edição do concurso nacional implementa medida inédita de equiparação de gênero e fortalece ações afirmativas com cotas para indígenas, quilombolas, pessoas negras e com deficiência.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) comemorou, nesta quarta-feira (3/7), o ritmo acelerado de inscrições na segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Em menos de 24 horas, mais de 100 mil pessoas já haviam apresentado suas candidaturas em todos os blocos temáticos. O número total de pessoas candidatas só poderá ser levantado no dia 21 de julho, data limite para o pagamento da taxa de inscrição.

Em entrevista à rádio CBN, a ministra Esther Dweck destacou a receptividade da população ao novo modelo. “A gente está superfeliz de novo com a velocidade das inscrições. Em 23 horas, abriu ontem às 10 da manhã, já temos mais de 100 mil inscritos (100.070 inscritos) em todos os blocos. Então, a gente está bem feliz , mais uma vez, com a adesão da população na nossa modalidade de concursos”, afirmou.

Uma das novidades do CPNU 2 é a política de equiparação entre homens e mulheres na convocação para a segunda etapa, correspondente à prova discursiva. A medida busca enfrentar a disparidade observada na primeira edição: embora as mulheres tenham sido maioria nas inscrições (56%) e presença significativa na prova (54%), representaram 37 % das aprovações finais. “ R esolve mos adotar uma medida que foi feita no concurso do Itamaraty. A lógica é equiparar, na passagem da prova objeti va para a prova discursiva, o mesmo número, no mínimo, de homens e mulheres. Se tiverem mais mulheres, não se aplica essa regra”, detalhou a ministra.

O modelo adotado não configura reserva de vagas, mas garante que o número de mulheres classificadas para a prova discursiva seja, no mínimo, equivalente ao de homens — desde que atinjam a nota mínima exigida. A medida atua sobre a etapa intermediária do concurso, mas não altera o resultado final , nem exclui candidatos homens já aprovados na ampla concorrência. A paridade na convocação para a discursiva busca corrigir distorções estruturais no acesso, preservando o mérito e as regras gerais de classificação.

De acordo com a ministra, a desigualdade de tempo disponível para estudo é um dos fatores que prejudicam o desempenho feminino na prova objetiva, devido à sobrecarga de trabalho e cuidado. Já na etapa discursiva, em que é avaliada também a bagagem acumulada ao longo da vida, as mulheres tendem a ter um desempenho mais equilibrado.

“A prova objetiva requer um estudo muito mais focado, a gente percebe que as mulheres, pela dupla, tripla jornada, têm mais dificuldade de fazer aquele estudo focado. Então, na nossa vi são, dar chance para que elas possam entrar e concorrer nessa segunda etapa, na mesma quantidade que os homens, ajudaria”, avaliou.

Ampliando a diversidade no serviço público

Além da medida voltada às mulheres, o CPNU 2 traz outras inovações no campo das ações afirmativas. Pela primeira vez, serão aplicadas cotas para indígenas e quilombolas, conforme previsto na nova Lei de Cotas, sancionada em 2023.

O percentual destinado a pessoas negras também foi ampliado para 25 %, mantendo-se também a reserva de vagas para pessoas com deficiência. “A gente também quer aumentar a participação de pessoas negras. A questão dos indígenas e quilombolas foi uma inovação da nova lei de cotas. A gente acha que com isso vamos garantir a diversidade regional, a diversidade de cor, de raça, de etnia e vamos conseguir garantir um serviço público com a cara do Brasil.” No total, as cotas representam 35% : pessoas negr a s (25%), indígenas (3%), quilombolas ( 2 % ) e PCDs (5 %).

O CPNU 2 também adotou uma medida para garantir a aplicação da lei de cotas mesmo em cargos com número de vagas reduzidos : um sorteio público , realizado antes do lançamento do edital . Pela le gislação vigente , a reserva para pessoas com deficiência em concursos públicos só se aplica quando há, no mínimo, cinco vagas; já para pessoas negras, indígenas e quilombolas, o mínimo é de duas vagas. No entanto, para garantir diversidade em todos os blocos temáticos, o CPNU 2 estendeu a aplicação das cotas a perfis com menos vagas, a partir do sorteio.

Esther Dweck também reforçou a importância das políticas afirmativas frente às desigualdades estruturais do país, destacando que a meritocracia só é plena quando há condições equitativas de partida. “ A gente já vem fazendo há muito tempo a discussão de meritocracia no Brasil . É muito difícil você falar em meritocracia pura sem você avaliar todas as desigualdades que o Brasil tem. E, na verdade, não é exatamente meritocracia quando você tem uma desigualdade muito grande de início”, ponderou.

O CPNU tem atraído candidaturas de todas as idades, com destaque para a faixa entre 35 e 45 anos — grupo em que muitas mulheres já têm filhos pequenos, o que acentua os desafios de conciliar estudos com trabalho e maternidade. “O que a gente percebeu é que justamente isso acabava dificultando as mulheres que já têm que trabalhar, cuidar dos filhos e ainda ter tempo para estudar de forma focada naquele concurso”, explicou a ministra.

Com vagas distribuídas em todo o território nacional, embora a maioria ainda esteja concentrada em Brasília e no Rio de Janeiro por terem mais concentrações de sedes de órgãos públicos federais, o concurso mantém seu caráter amplo e inclusivo. O Bloco 5, por exemplo, tem 1.172 vagas de abrangência nacional, cuja distribuição regional será definida após a seleção.

Confira, abaixo, o cronograma do certame.

Cronograma do CPNU 2

  • Inscrições: 2 a 20/7/2025
  • Solicitação de isenção da taxa: 2 a 8/7/2025
  • Pagamento da taxa: até 21/7/2025
  • Prova objetiva: 5/10/2025
  • Divulgação do resultado da objetiva e convocação para a discursiva: 12/11/2025
  • Envio de títulos: 13 a 19/11/2025
  • Prova discursiva: 7/12/2025
  • Procedimento de confirmação de cotas: 30/11 a 8/12/2025
  • Divulgação da primeira lista de classificação: 30/01/2026

Confira o edital 

Link: https://www.gov.br/gestao/pt-br/assuntos/noticias/2025/julho/cpnu-2-alcanca-mais-de-100-mil-inscricoes-em-24-horas-e-amplia-politicas-de-inclusao-para-um-servico-publico-com-a-cara-do-brasil

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Redação

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