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Vereador abusava de mulheres em troca de cesta básica, diz delegada

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Polícia ouviu 25 mulheres e relatou modus operandi em casos investigados

A delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Piracicaba (SP), Olívia dos Santos Fonseca, afirmou nesta quarta-feira 3, em entrevista à EPTV, que o vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), mantinha um modus operandi para a prática de crimes sexuais desde 2015.

O parlamentar, eleito em 2020, está preso desde outubro e teve a prisão temporária convertida em preventiva. Ele também é investigado em outro inquérito por suposta posse de material de abuso infantil e nega as acusações.

“O que nós temos são relatos de mulheres extremamente vulneráveis que foram envolvidas em situações de abusos e situações degradantes em troca, às vezes, de cesta básica, de qualquer ajuda. São todas mulheres vulneráveis e todas foram atrás dele para procurar ajuda”, afirmou Olívia. A delegada informou que a investigação da Polícia Civil está concluída e segue para análise do Ministério Público e da Justiça. Segundo ela, novas vítimas ainda podem procurar a DDM.

“A Polícia Civil ouviu 25 mulheres — entre vítimas e testemunhas —, aproximadamente, aprendeu objetos, celulares, notebooks, juntamos laudos, juntamos prints de conversas. É um inquérito bem robusto. As acusações são verossímeis, elas são parecidas, porque o modus operandi do agressor era parecido, o que é muito comum nos casos de crimes sexuais”, disse. A Promotoria considerou que 12 mulheres sofreram importunações sexuais ou estupro e denunciou o vereador à Justiça.

Sobre os demais relatos, Olívia explicou que parte das situações não teve desdobramentos legais porque os fatos aconteceram antes da criação do crime de importunação sexual. “Com relação às outras vítimas — porque eu disse que foram ouvidas 25 mulheres —, alguns casos foram arquivados, porque, na época que os fatos foram praticados, ainda não havia previsão legal da importunação sexual. É importante a gente dizer que as condutas começaram em 2015 e são investigadas até hoje. E a nossa lei de importunação sexual é de 2018.”

A delegada afirmou que esses relatos, mesmo arquivados, reforçam a versão apresentada pelas vítimas. “Ninguém está falando aqui com relação ao serviço como funcionário público da cidade de Piracicaba. Nós estamos falando da utilização desses serviços para abusar de mulheres vulneráveis. Todas as vítimas foram procuradas por esse cidadão para serem ajudadas por esse cidadão.”

AGORARN

 

Redação

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