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Lancha, motorhome e carros de luxo: veja o que foi apreendido em operação que investiga fraude milionária no RN

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Polícia Civil apreendeu 24 carros – entre eles alguns de luxo -, mais de R$ 200 mil em dinheiro vivo, duas lanchas, motociletas e um motorhome na operação deflagrada nesta quarta-feira (25) que investiga empresários, contadores e influenciadores digitais por uma fraude milionária em um esquema de compra e venda de veículos no Rio Grande do Norte.

A operação “Amicis” cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em Natal e outras seis cidades do estado e bloqueou mais de R$ 150 milhões dos investigados

.Antes, a polícia havia confirmado à IMPRENSA a apreensão de mais de 50 carros, mas confirmou oficialmente o número de 24 na tarde desta quarta.

De acordo com a Polícia Civil, os investigados são suspeitos de fraude bancária, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e adulteração de veículos no estado. Os nomes deles não foram divulgados pela Polícia Civil.

Como funcionava o esquema

 

Segundo a Polícia Civil, o esquema criminoso utilizava nomes de “laranjas”, com ou sem consentimento, para abrir empresas de fachada e adquirir carros de luxo por meio de financiamentos.

Após receberem os veículos, os criminosos interrompiam os pagamentos das parcelas, adulteravam os automóveis e os revendiam ou refinanciavam como se fossem outros carros. Em alguns casos, os veículos sequer existiam, sendo criados apenas com dados falsos.

De acordo com a Polícia Civil, o esquema contava com o uso de influenciadores digitais para ocultar patrimônio e lavava o dinheiro por meio de transações simuladas entre as próprias empresas do grupo criminoso.

Veja abaixo fotos do motorhome e da lancha apreendidos:

Ao longo de 10 anos, mais de 70 pessoas foram usadas como laranjas na fraude, informou a polícia.

“No primeiro momento ela preferia pessoas com pouca instrução, pessoas que não entendem muito da questão de legalidade, da questão de empresas mesmo, com pouca instrução, com pouca renda, pobres moradores das cidades do interior. Eles cooptavam essas pessoas para que fossem titularizar essas empresas que eles criavam – muitas delas eram criadas, outras já existiam – mas eles usavam esses laranjas para substituir empresários dessas empresas”, explicou a delegada Jaqueline Almeida, da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes contra a Ordem Tributária (Deicot).

“Uma vez que estava construída a empresa, eles começavam uma prática que a gente chama de estouro, que é simplesmente adquirir vir bens e deixar de pagar”, completou.

Segundo a delegada, a preferência dos investigados eram veículos automotores de alto padrão – como carros, caminhões, veículos de luxo, reboques ônibus. Segundo ela, eram veículos de alta liquidez, muito rentáveis e fáceis de serem negociados.

“Eles adquiriam esses veículos em nome desses laranja, normalmente financiado ou consorciado, a partir da contemplação do bem, da segunda ou terceira parcela, eles paravam de pagar esse financiamento e deixava as instituições financeiras com o prejuízo”, explicou.

A investigação aponta ainda que o grupo também fraudava contratos sociais na Junta Comercial para assumir o controle de empresas reais, removendo os verdadeiros proprietários sem que estes soubessem.

Mandados de busca e apreensão

Os mandados judiciais foram cumpridos em condomínios, empresas, escritórios de contabilidade, estabelecimentos comerciais e até um clube de futebol, cujo um dos diretores é investigado.

Um dos mandados foi cumprido em uma loja de suplementos que fica localizada em uma academia no bairro Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal. A academia informou que mandados foram contra um lojista e um personal trainer externo, ou seja, sem vínculo direto com o estabelecimento.

A justiça ainda autorizou a imposição de 204 medidas cautelares incluindo a obrigatoriedade do uso de tornozeleira eletrônica por cinco investigados.

A medida de monitoramento eletrônico, segundo a delegada Jaqueline Alemida, é “para permitir que a pessoa fique rastreável, localizável e facilmente chamada ao processo caso, ela tenha que responder alguma coisa ao juízo”.

Ela explicou que a medida é temporári, com prazo determinado. “Pessoas que têm poder aquisitivo alto, facilmente pode se deslocar de uma cidade para outra, para outro país, então é interessante que elas sejam monitoradas para evitar até a fuga da da da justiça”, disse.

A ação contou com o apoio de quase 200 policiais civis, além de integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do RN, da Polícia Militar, entre outros órgãos.

Redação

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