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MPF denuncia grupo criminoso por esquema que causou prejuízo de R$ 4 milhões ao INSS no Nordeste

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Grupo usava documentos falsificados para solicitar benefícios em nome de idosos inexistentes. Golpe ocorreu de 2013 a 2021 no Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Piauí.

Ministério Público Federal (MPF) denunciou três pessoas por um esquema de fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Rio Grande do Norte, na Paraíba, no Ceará e no Piauí. Segundo o MPF, a organização criminosa falsificou documentos e solicitou benefícios previdenciários em nome de idosos inexistentes de 2013 a 2021 (veja esquema detalhado mais abaixo).

A investigação – que ocorreu no Rio Grande do Norte – apontou que o grupo criminoso obteve mais de R$ 4 milhões em benefícios ilegais. O MPF informou que as investigações impediram cerca de R$ 20 milhões de prejuízo adicional.

Segundo o MPF, o grupo criminoso induzia o instituto ao erro por meio de documentos públicos falsificados – como certidões de nascimento, documentos de identidade e CPFs.

Os denunciados – que não tiveram os nomes revelados – simulavam a existência de pessoas fictícias e, em nome delas, entravam com requerimento para benefícios previdenciários assistenciais.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MPF à Justiça Federal, os criminosos “atuaram de forma coordenada, integrada e estável, utilizando-se de mecanismos fraudulentos sofisticados, em associação com outros membros, com o objetivo de lesar reiteradamente o INSS”.

 

O MPF pede a condenação dos denunciados pelos crimes de falsidade ideológica, estelionato agravado por ser praticado contra órgão público e organização criminosa.

Também pede que a Justiça Federal fixe o valor mínimo de reparação em R$ 4,35 milhões, correspondente ao prejuízo causado pela organização criminosa.

Como funcionava o esquema

As investigações no Rio Grande do Norte demonstraram semelhanças com casos da chamada Operação Garoa, da Polícia Federal de Pernambuco.

O modus operandi dos criminosos seguia o mesmo padrão, segundo o MPF:

emissão de CPF em nome de supostos beneficiários com mais 65 ou 70 anos, em datas que coincidiam com o início dos benefícios;

*declaração de grupo familiar com apenas uma pessoa;

  • utilização repetida dos mesmos telefones e endereços ou com variações mínimas;
  • e preenchimento de documentos com grafia semelhante ou idêntica.
  • Denunciados: como atuavam

     

    Segundo o MPF, o mesmo integrante do grupo apresentava os requerimentos em diferentes agências do INSS.

    A Polícia Federal também identificou o uso repetido de IPs (internet protocol) em vários pedidos – movimento que era feito por um dos denunciados pelo MPF, que foi identificado utilizando dezenas de identidades falsas em agências do INSS no RN, nos municípios de NatalParnamirimTourosApodiCeará-Mirim e Santa Cruz.

    Esse mesmo denunciado também deu entrada em benefícios em cidades da Paraíba, do Ceará e do Piauí. O prejuízo causado por ele foi apurado em R$ 857.422,97, segundo o MPF.

    Os outros dois denunciados são um casal, com atuação central, coordenada e estruturada no esquema, segundo o MPF.

    A mulher atuava na obtenção e confecção dos documentos falsificados, em nome de pelo menos 21 pessoas fictícias, gerando um prejuízo estimado em R$ 1.720.914,18.

    Para o MPF, “a sofisticação e o alcance da conduta da denunciada evidenciam seu papel de liderança dentro da engrenagem delitiva, na medida em que ela foi responsável pela montagem dos requerimentos fraudulentos e pela apresentação dos documentos falsos perante o INSS em múltiplas unidades federativas”.

     

    O companheiro da mulher denunciada atuava como procurador de diversas identidades fictícias junto ao INSS, causando igual prejuízo de mais de R$ 1,7 milhão.

Redação

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