O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) determinou a verificação das câmeras corporais utilizadas por policiais que participaram da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, que deixou 121 mortos, incluindo quatro agentes de segurança.
O procurador-geral de Justiça do estado, Antônio José Campos Moreira, afirmou nesta quarta-feira (29), durante coletiva de imprensa, que o acesso e a checagem das imagens são parte essencial da apuração sobre as mortes ocorridas durante a ação.
O pedido ocorre após o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, reconhecer que parte dos registros pode ter sido perdida devido à duração limitada das baterias dos equipamentos.
“As baterias das câmeras duram cerca de 12 horas. Começamos a reunir às 3h de terça-feira. As tropas começaram a se movimentar às 5h. Em algum momento, há a substituição dessas baterias. Dado o cenário em que ali estavam empregadas as câmeras, aquelas baterias não foram recarregadas e, em algum momento, essas imagens podem ter sido perdidas”, disse o secretário Menezes.
De acordo com o procurador-geral, o Ministério Público já formalizou o pedido de verificação e terá promotores acompanhando os depoimentos de policiais e as perícias em curso.
O pedido ocorre após o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, reconhecer que parte dos registros pode ter sido perdida devido à duração limitada das baterias dos equipamentos.
“As baterias das câmeras duram cerca de 12 horas. Começamos a reunir às 3h de terça-feira. As tropas começaram a se movimentar às 5h. Em algum momento, há a substituição dessas baterias. Dado o cenário em que ali estavam empregadas as câmeras, aquelas baterias não foram recarregadas e, em algum momento, essas imagens podem ter sido perdidas”, disse o secretário Menezes.
De acordo com o procurador-geral, o Ministério Público já formalizou o pedido de verificação e terá promotores acompanhando os depoimentos de policiais e as perícias em curso.
Sobre a duração das baterias das câmeras corporais dos policiais, o procurador-geral disse que isso também será apurado.
“A operação se iniciou 5h de madrugada, ali eu creio que as câmeras tivessem devidamente carregadas. Vamos apurar. As câmeras têm um limite de carga. Não sei se o limite foi excedido, é justamente isso que vamos apurar. Agora, as câmeras já foram solicitadas”, reforçou.
“O MP atuará com profunda independência, exercendo com responsabilidade critério as suas funções constitucionais. Como servidores públicos, temos o dever de apurar esses fatos com rigor. E isso será feito, sem estabelecer premissas”, afirmou Antônio José Campos Moreira.
Durante a coletiva, o procurador-geral disse que também vai investigar a estratégia das forças de segurança do Rio e a tática chamada de “muro do Bope”, em que os policiais avançaram pela área da Serra da Misericórdia para cercar os criminosos e empurrá-los em direção à mata, onde outras equipes do Bope já estavam posicionadas. Contudo, Antônio Campos afirmou que a “operação foi devidamente planejada”.
“Talvez seja melhor atrair para a mata do que realizar o confronto ali, onde está a população local. Se isso foi feito, parabéns a Polícia Militar. Me parece que a justificativa é mais que plausível, a não ser que se pretendesse a não ser 100 mortes, mil na comunidade”, avaliou.
MP acompanha perícias
O procurador também destacou que o MPRJ atua de forma independente e técnica, acompanhando os trabalhos periciais e as autópsias das vítimas. Segundo ele, três médicos legistas do Ministério Público estão no Instituto Médico-Legal (IML) e participam diretamente das análises.
Campos Moreira garantiu que o Ministério Público vai apurar todas as mortes com base em provas técnicas e que os resultados serão apresentados em um relatório conclusivo.
“Vamos apurar todas as mortes ocorridas de acordo com a prova técnica, com a perícia e todos os documentos produzidos. Será feito um relatório com as nossas conclusões”, afirmou.
Durante a entrevista, o procurador-geral afirmou que o Ministério Público não participou do planejamento nem da execução da operação, que foi deflagrada para cumprir mandados de prisão contra lideranças do Comando Vermelho identificadas em uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) supervisionada pelo próprio MP.
“Essa não foi uma operação para retomada do controle do território. As polícias, agindo no seu dever constitucional, deram cumprimento a ordens judiciais. Não houve uma operação para a retomada de território”, explicou.
Por fim, Campos Moreira ressaltou que o órgão atuará com independência e rigor técnico, lamentando as mortes e prestando solidariedade às forças de segurança.
“O que eu posso afirmar é que o MP atuará com profunda independência, exercendo com responsabilidade e critério as suas funções constitucionais. O MP lamenta profundamente todas as mortes, sobretudo e em especial a dos quatro policiais, e presta solidariedade às polícias. Respeitando a dor alheia, vai apurar.”





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