A crise no abastecimento de água em comunidades rurais de Jucurutu tem provocado uma realidade dura e silenciosa: jovens estão deixando de frequentar a escola simplesmente por não terem água para lavar a farda escolar.
Na noite desta quinta-feira, estive conversando com dois adolescentes que relataram o sofrimento vivido diariamente. Sem água em casa, eles enfrentam a vergonha e a impossibilidade de ir à escola com a farda limpa, o que acaba resultando em faltas frequentes e prejuízos ao aprendizado.
O drama se repete em várias comunidades rurais do município. Um pai de dois adolescentes contou que já precisou comunicar oficialmente à escola a ausência dos filhos, deixando claro o motivo: não há água sequer para lavar as roupas. “A vontade deles é estudar, mas sem água não tem como”, desabafou.
Enquanto famílias vivem essa situação de abandono e jovens têm o direito à educação comprometido, a Prefeitura de Jucurutu segue priorizando gastos elevados. Recentemente, foi contratada uma empresa para estrutura de eventos pelo valor superior a R$ 1 milhão e 800 mil, contraste que gera indignação entre moradores da zona rural.
A falta de água não é apenas um problema doméstico: é uma questão social que afeta diretamente a dignidade, a educação e o futuro de crianças e adolescentes. Em Jucurutu, o sofrimento de quem mora no campo expõe uma pergunta que ecoa nas comunidades: por que há dinheiro para festas, mas falta o básico para garantir que jovens possam ir à escola?
Robson Oliveira





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